ALEGRIA
E DOR, DOR E ALEGRIA
Autor: Célio Furtado
Na
imprevisível estrada da vida chegamos ao início do fim de mais uma estação, o
ano de 2012. Missão, luta, desafios e sonhos tocados em meio à poeira do tempo
rumo ao abraço das conquistas.
Umas
alcançadas pelas gotas do suor da coragem e perseverança, outras, inconclusas,
deixadas à margem do caminho pelas mãos calejadas do desestímulo e da fé
esmorecida.
O
caminho, por não ser contínuo e uniforme, envolve surpresas que excitam e
incitam, mas que também surpreendem e prendem, emperrando qual portas velhas.
Faz parte, pois o que completa é o incompleto, já que o todo é a real presença
das partes.
Parte-se
pela esperança de chegar. Quem chega nem sempre chega a suas verdades. Sobre
estas a maior verdade é a verdade sobre novas incertezas. É por isso que se
vive, já que o sentido de viver não reside no afã nem na certeza do presente,
mas na presente certeza da incerteza do amanhã.
Vamos
vivendo, caminhando, desejando dias melhores. Se não vierem, continuaremos
desejando porque confiamos nos sonhos, aprendemos a acreditar com a esperança,
a creditar no amanhã a realização do impossível hoje.
Se
parte do tudo está longe de estar certo que seja certo fazer de tudo para não
estar longe a maior parte do que deveria estar perto.
A
vida deve estar sempre ávida de amor, a dor pronta para servi-la, já que é esta
quem constrói os alicerces da sentimentalidade, toda a verdade da vida. Sem dor
não há vida, sem o ardor ardente da dor não se surpreende, não há surpresas nem
se aprende.
Mas
que aconteça às terças, quintas, e até aos sábados, jamais por toda a semana,
todo dia, afinal a existência também carece da alegria.
Alegria
e dor, dor e alegria, que presentes sempre estejam, que sejam bem divididas
para oferecerem equilíbrio à alma e darem sentido à vida. Dádiva divina, hino
de sabedoria e grandeza, pois que se aprenda com a tristeza para muito bem
compreender o amor.
Alegria
e dor, dor e alegria, que seja sua essência ensino e rumo, antídoto poderoso da
euforia, fiel guerreiro dos desencantos, canto de luz e esperança, dança de
chuva, a boa espera, o entendimento feliz, o bom ciúme, o perfume e o colorido
da primavera.
Que
a noite seja escura, porém o céu salpicado de estrelas, que o amanhecer não
desperte somente o sol e que as mentes - em seu desejar e querer - continuem a
sonhar, fazendo de cada sonho um novo amanhecer.
Que
o pensamento encontre Deus, nosso Senhor, para confortar nos momentos de dor. E
que encontre em Deus direção e guia, fonte eterna de bondade e amor, o sentido
e a graça do sorriso em cada instante de alegria.
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