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Então que venha o Verão

As saudades que tenho do Verão...


Sempre que me perguntam qual a estação do ano preferida, a resposta é sempre a mesma: VERÃO!


No verão podemos acordar, abrir a janela e sentir o sol entrar pela casa dentro, colocar uma mesa no jardim e tomar o pequeno almoço calmamente, sem pressas, contemplar o azul do céu, ver as cores vivas das flores, poder ir à praia, ver o pôr do sol... tudo é bom, os dias são maiores, durante a semana, chego de dia à escola das crianças, podemos fazer uma caminhada, andar de bicicleta, estamos mais positivos e alegres, as roupas são leves e coloridas, tudo é bom!

Quem navega pela blogosfera vê perfeitamente o inicio das estações retratadas das mais variadas formas, por atitutes e rituais, pelas fotos, pela cor existente na decoração das casas, pelas plantas e flores, pelos arranjos, pela preparação da casa, pela comida... 

Ontem vi um post que dizia: "Por muito rigoroso que seja o inverno, a primavera é já a seguir!" Gostei tanto da frase, pois é mesmo isto que penso naqueles dias cinzentos de inverno.

No entanto todas as estações têm o seu encanto, para mim:
- Outono, significa dias mais frescos, que também sabem bem, sem estar muito frio, podemos ainda andar de manga curta e contemplar o por-do-sol;
- Inverno, significa ficar mais por casa ou escolher programas no interior, m cinema, teatro, uma visita a um museu... Natal, a passagem para um ano ano, estar na cama e ouvir chuva lá fora, o cheirinho da terra molhada.
- Primavera, o sol está mais presente na nossa vida, as flores começam a aparecer, a Páscoa, o aniversário da minha filha S., o meu aniversário....
- Verão, calor, praia, banhos, viagens, férias, roupa colorida, saladas, o aniversário do meu filho R., o aniversário do n/ casamento...

Já perceberam não é? Tenho mesmo saudades do Verão!


Azeitão - fotos tiradas pela minha irmã no dia 16.06.2012, um dia tão feliz e tão quente!

Em Agosto, o Gosto e comer do melhor com os Pais, Afinal Familia é tudo de bom

Prévia do dia dos Pais: arrumando a mesa!

 
Não tem coisa que eu goste mais de fazer do que passar um feriado prolongado em casa, descansando, dormindo sem hora para acordar e aproveitando muito o maridão. E vocês? Também curtem ficar em casa?
 
Então nem preciso contar como foi meu feriado, não é? Vocês já sabem! Aproveitamos para jantar em casa na sexta e, como eu estava inspirada, resolvi preparar uma mesa bem linda. Gostei tanto do resultado que resolvi mostrar aqui para vocês... quem sabe não vira uma boa inspiração para o dia dos PAIS?
 
Eu aproveitei o que tinha em casa mesmo: guardanapo de tecido mostarda, casando com as flores amarelas que eu já tinha aqui. Usei uma jarra de água como vaso, porque queria um vaso bem transparente, para ornar com as taças, e enchi com rolhas de vinho, para dar sustentação às flores. Ficou bom, não acham? Vamos às fotos!
 
 

Por coincidência, eu ainda tinha uns suportes para velas amarelos... ficaram fofos!




 
 
Usei um jogo americano de tecido, que comprei na feira da Afonso Pena. Já viram desses? Eu adoro!

 

Aqui, mais detalhes do arranjo:


Aproveitei e coloquei um bilhetinho para o Papai José, sobre o prato dele. Quando ele chegou em casa, voltando do supermercado com o manjericão em punho (!), encontrou um convite para jantar. Cozinhamos juntinhos, conversando, tomando um vinho... o que me lembra muito um poema de Adélia Prado, chamado Casamento, que diz assim:

Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

Eu sempre prefiro ajudar a escamar... enquanto ele faz o nosso pesto de manjericão! rsrs... Somos "a família mais linda do mundo'.

Nosso jantar ficou uma delícia! Fizemos espaguete ao molho de tomates com camarões...
E você, que tal jantar em casa no dia dos pais? Eu já bati o martelo! Essa semana posto a receita que preparamos nesse dia. Para o dia mais importante, o cardápio será surpresa!

Nossa Massa com Tomate

Massa com molho de camarão e tomate

 
Como prometido, aqui vai a receita que preparei no dia em que arrumei ESTA MESA.
 
Esse prato é super simples de fazer, principalmente se você não for louca como eu e não preferir comprar o camarão fresco, para limpar e tratar em casa. Vai por mim, compre seu camarão já limpo, pré-cozido e congelado que adianta o seu lado.
 
Mas embora seja simples de fazer, esse prato arranca muitos suspiros aqui em casa, e faz uma super vista com as visitas. Quem não gosta de uma boa massa com camarão? Ótima pedida para o dia dos namorados!!
 
Comece pelo toque especial: ao invés de colocar manjericão inteiro no molho, a gente tem preferido fazer um pestinho para servir por cima da massa. Fica muito saboroso!
 
Pesto (para 2 pessoas, com sobra):
 
1/2 maço de manjericão
1 pitada de sal grosso moído na hora
azeite a gosto
parmesão a gosto
mix de pimentas (do reino, branca, rosa e verde) moídas na hora a gosto
 
Para fazer: soque as folhas de manjericão no pilão com o sal e o parmesão até virar uma pastinha. Acrescente o azeite para formar um molho e a pimenta a gosto. Fica assim:
 


Para o molho:
1 cebola pequena cortada no meio e depois em pétalas finas
3 tomates italianos grandes cortados em cubos
3 dentes de alho
250 grs de camarão congelado
sal e pimenta do reino moídos na hora a gosto
azeite
 
Para fazer, comece pelo camarão: deixe-o descongelando por meia hora, fora da geladeira. Coloque azeite numa frigideira grandeaquecida e deite lá o camarão, metade de cada vez, para não esfriar a panela. Não mexa, salpique sal e pimenta do reino e deixe o camarão tomar um susto, coisa de 1 minuto. Vire-os e deixe-os por mais 1 minutinho do outro lado, salpicando sal e pimenta de novo. Faça o mesmo com a outra metade. Reserve.
 
Na mesma panela ou frigideira que fez os camarões, coloque mais azeite e acrescente a cebola. Deixe amaciar por uns 5 minutos. Acrescente os tomates e refogue. Quando estiverem macios, acrescente o alho amassado. Tampe a panela ou frigideira e deixe cozinhar por uns 15 minutos.
 
Enquanto isso, coloque para cozinhar a sua massa preferida em bastante água fervente temperada com sal. Calcule 100 grs de massa por pessoa. Fomos de espaguete barillha, mas penne também fica ótimo!
 
Quando o macarrão estiver pronto, tire um pouco da água em que ele cozinhou (1 concha pequena) e acrescente ao molho. Escorra o macarrão e reserve.  
 
Tempere o molho com sal e pimenta a gosto e junte os camarões. Deixe aquecer e desligue o fogo.
 
Agora é só servir, olha que delícia!!
 
 
O prato do Eduardo ficou farto!!! rsrsrs...

Aqui, a massa já com o pesto servido por cima:

 

Tirei muitas fotos para vocês, olhem só! rsrs... #fazendo todo mundo babar!!



 E aí? Gostaram? Acham que é uma boa pedida para o jantar do dia dos namorados ou não? Quero saber!!

Beijos e obrigada por visitarem o A Gosto!

Vá em BH no Itália Gourmet

Mas o Itália Gourmet, é, na minha humilde opinião, muito especial, por três motivos: primeiro, porque é muito honesto honestíssimo, o que quer dizer comida muito boa e preço justo. Ou seja, é um ótimo custo/benefício. Segundo, porque o atendimento no Itália é típico de uma trattoria italiana: aconchegante, muito cortês e intimista. E terceiro porque, ao comer lá pela primeira vez, eu me senti na Itália, em Roma... de verdade!
 
A comida do Itália Gourmet literalmente me transportou para uma daquelas ruelas de Roma, numa daquelas mesinhas que ficam na calçada, espremidinhas entre outras mais... Me vi lá, tomando vinho da casa e comendo fettucine à bolonhesa feito com massa fresca. Nesse dia, acho que até a música da rua eu ouvi... rsrs
 
Então que, no dia 12, depois que o projeto de fazer jantar em casa falhou (já viu o Facebook do blog?), nós resolvemos ir para o Itália Gourmet. Chegamos lá cedo, pois a ideia era jantar gostoso e voltar para casa no máximo até às 22h, para dormir bem e quentinho. E essa foi nossa sorte. O restaurante estava todo reservado!!! Mas daí a Vivi, que é dona do restaurante junto com o Augusto (ele é o chef, e é italiano, de Modena), nos disse que podíamos ocupar uma mesa cuja reserva estava marcada apenas para 21h30. Ficamos felizes e aproveitamos muito!!
 
Aqui vão alguns registros. Primeiro, o talharim carbonara que Eduardo comeu lá da primeira vez em que fomos:
 
 

Aqui o meu bolonhesa, meu segundo favorito (competir com o Amatriciana é duro!)...
 


 

E aqui, o meu favorito, até agora: o Amatriciana, que é um molho de tomates com cebola e bacon...
 


Lá no Itália, tudo é muito simples. O cardápio é enxuto, o restaurante é pequenino... Mas os ingredientes são os melhores, a massa é fresquinha, feita no dia pelo Augusto, e os molhos são preparados com muito capricho, como manda a tradição!!
 
Nós também provamos, no dia 12, a salada caprese de entrada... hummm, que mussarela de búfala!!! Tão fresquinha, derretendo na boca! 
 
O Itália  Gourmet fica no Castelo, na Avenida Miguel  Perrela, 718.
 
Gostaram da dica? E o dia dos namorados de vocês? Como foi? Espero que ótimo, assim como o meu!!! Beijos e obrigada por visitar o A Gosto!!

VOCÊ PODE MUDAR LEIA O TESTAMENTO ABAIXO

Um testemunho pessoal

Eu sempre fui uma pessoa tímida e de poucos amigos. Se você procurasse a turminha da bagunça na escola, não me encontraria nela. Sempre preferi o segundo plano; o lugar da observação e, não, da fala.
Toda essa timidez fez de mim uma pessoa, digamos, insegura. Na busca por valor e afirmação, tomei uma rota que me parecia óbvia: já que não tenho a desenvoltura dos que se atiram aos esportes, a graciosidade das meninas que dançam e a extroversão dos mais sanguíneos, vou conquistar o meu espaço sendo uma pessoa inteligente. O único problema é que esse raciocínio me custou caro, amigo(a). Muito caro.
Não. Não é que eu não gostasse de estudar e me forçasse a isso. Veja bem, eu sempre fui mais introspectiva; amiga dos livros e do silêncio. Esforçar-me na escola não era nenhum sacrifício para mim – apenas um caminho “natural” e que, logo de início, provou ser bastante recompensador. Já na primeira série, quando eu tinha lá meus oito anos, já era a primeira aluna da classe. Mais tarde, aos dez anos, tive um problema de saúde que me afastou da escola por alguns meses. Esporadicamente, ia ao colégio para fazer alguma prova ou entregar algum trabalho. Sabe o que acontecia? Eu entrava na sala, e meus colegas batiam palmas para mim. NÃO ESTOU INVENTANDO. Isso acontecia vez após vez.
Dá para imaginar a mega-massagem que isso fazia no meu ego? Eu era uma pré-adolescente imbatível na escola. Dona das melhores ideias; das notas mais altas; dos melhores textos – e até mesmo dos melhores desenhos (pasme!)
As coisas não mudaram muito daí pra frente. Em todas as escolas por onde passei era a mesma coisa. Não, as palmas foram uma particularidade do meu quarto ano de colégio e, graças a Deus, os colegas dos tempos de adolescência não tiveram a mesma ideia. Mas as notas continuaram lá em cima. Em todas as matérias – menos educação física (rs). Elas eram como que o meu passaporte para a “inclusão social”.
Quando cheguei à faculdade, já com 21 anos, a situação mudou um pouco. Não tinha mais o mesmo tempo para estudar, já que eu também trabalhava. Apesar disso, minhas notas semestrais jamais foram inferiores a 80. Eu era boa naquilo que fazia. Muito boa.
Mas aí veio o mestrado e, com ele, as melhores coisas que Deus poderia fazer por esta pobre alma. Havia estruturas muito arraigadas na minha vida que precisavam urgentemente ser quebradas. Só Deus podia fazer isso,  e  Ele escolheu justamente o cenário acadêmico para começar a golpeá-las.
Já no primeiro semestre, enfrentei uma situação terrível com dois professores. Não vou entrar nos pormenores, mas registro que me senti humilhada e incompreendida. Ainda naquele semestre, comecei a ter muita dificuldade de permanecer dentro da sala de aula durante as aulas. Meu nível de ansiedade estava nas alturas. Sentia que os professores iriam me atacar com perguntas para as quais eu não teria respostas. Sentia-me ameaçada pelos meus colegas. O simples fato de estar no ambiente da faculdade era suficiente para disparar uma crise ansiosa em mim. Eu tinha vontade de sair correndo. Chegava ao final do dia me sentindo exausta, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Logo eu, que sempre adorei o ambiente escolar.
As provas eram um capítulo à parte. A situação chegou ao ponto de eu precisar pedir para fazer as provas em outra sala, sozinha, porque não conseguia me concentrar em ambientes coletivos. Graças a Deus, contei com a boa compreensão de alguns professores nesse momento. Mas lembro-me de uma professora que respondeu, com grosseria e rispidez, ao meu pedido: “De maneira alguma. Você precisa aprender a controlar suas emoções.” Que Deus a ajude a encontrar o caminho da misericórdia.
Aquele turbulento semestre chegou ao fim, mas as turbulências internas só pareciam aumentar. A gota d’água foi o dia em que trombei no corredor com um dos professores com quem tivera problemas ao longo do semestre. O simples fato de vê-lo ali foi suficiente para disparar uma crise de pânico em mim. Saí correndo do prédio da escola, entrei no carro e fui pra casa. Ao chegar, falei com meus pais, em meio a lágrimas: “Não aguento mais. Preciso ir a um psicólogo. Não estou normal.”
E foi assim que a Micheline entrou na minha vida. Os processos ansiosos que eu vinha vivendo estavam tão graves, que as consequências físicas eram visíveis. Eu pesava 41,8 quilos naquela época. Qualquer ajuntamento social era uma cruz para mim. Era difícil ficar em ambientes fechados. Nem na igreja eu conseguia ficar sem que sentisse uma pontinha de ansiedade. Ao lado da psicóloga, caminhei por várias vias da minha vida que precisavam de reparos urgentes. Foi um momento de reconhecer fraquezas, de entender que eu não era nenhuma Brastemp e, principalmente, de encontrar a verdadeira vereda da dependência de Deus. Àquela altura, eu pensava seriamente em abandonar o mestrado, como uma forma de colocar um fim a todo aquele sofrimento. Só não o fiz porque a Micheline não deixou. Ela enxergava o processo como uma conquista e me dizia, vez após vez, que não abandonasse os meus sonhos.
Sim, precisei de ir ao psiquiatra e precisei de medicação. Se fui resistente? Oh, se fui. Achava que tomar remédio era recurso para os fracos. Tinha lá meus preconceitos. Admitir as nossas fraquezas nunca é fácil. Para o crente, então, é mais difícil ainda, porque parece que não estamos confiando em Deus ou na cura que Ele pode nos dar. Precisei processar muitas coisas, rever muitos conceitos, abrir-me para a graça de Deus, que é suficiente e vem na hora em que precisamos dela – não antes.
Com a síndrome do pânico, Deus me jogou no chão. Enxerguei que eu não era nada daquilo que pensava ser. Não era autossuficente, não era infalível e, por mais que estudasse, dependia do Senhor até para fazer minhas provas. Caminhei por aquele período dando um passo de cada vez, sempre apoiada na mão divina. Às vezes, tropeçava e caía. Às vezes, vencia pequenos obstáculos e me sentia mais forte. Foi duro, leitor. Muito duro. Nem sempre entendia os motivos ou propósitos de Deus, e nessas horas, era preciso confiar dobrado.
A pesquisa que desenvolvi no mestrado e a minha dissertação são um capítulo à parte. Eu não me sentia nem um pouco capaz de levá-las a termo. Eu via os obstáculos, e eles me pareciam enormes. Eu cheguei a contar aqui sobre como meu projeto de pesquisa foi gerado e, portanto, não vou me repetir. Mas acho que preciso reafirmar que até hoje, quando olho para o que produzi, não me orgulho dos meus feitos, porque sei, verdadeiramente, que tudo o que está ali veio de Deus para mim e que as ideias são dele, não minhas.
Hoje, querido leitor, eu encaro minhas tarefas diárias por um ângulo totalmente diverso daquele de anos atrás. Sejam os exercícios fotográficos, sejam as tarefas da minha casa, eu sempre peço a Deus que me conduza. Ontem mesmo, comentava com minha mãe sobre isso. Quando vou fotografar alguém ou algum evento, sempre peço ao Senhor que me instrua acerca do uso da luz, dos melhores ângulos e das regulagens que devo fazer em meu equipamento. Costumo dizer que Deus é meu diretor de cena – aquele que me faz enxergar as imagens mais belas, que me mostra alternativas que meus olhos não conseguem ver. Nada mal depender daquele que é o Criador por excelência; a fonte de toda originalidade e sabedoria.
Alguém poderia se perguntar por que estou expondo todos esses detalhes da minha vida. Eu respondo. É porque não aguento mais ver a autossuficiência de tantos crentes. Vez por outra, topo com pessoas que agem como se Deus estivesse pegando o boi por elas serem suas seguidoras. Não, gente. É nós que somos alvo da graça de Deus. Foi ele que nos amou primeiro. São as nossas justiças que, aos olhos de Deus, são como trapos de imundícia. Não vamos inverter essas coisas, pelamordedeus. O caminho da dependência é difícil de ser trilhado porque algumas vezes ele implicará certos golpes no nosso ego. Enxergar nossas fraquezas não é um processo muito simples. Todavia, ele é necessário porque nos permite encaminhar ao trono, com atitude pura e genuína, os louvores que recebemos. Isso porque reconhecemos, com coração sincero diante de Deus, que ele é a nossa fonte e que sem a presença dele em nossos caminhos, não somos nada.
Hoje a minha oração é para que a igreja encontre esse caminho, e para que aqueles que já o encontraram não se desviem dele.

Pérolas amargas

  Pérolas Amargas (1ª parte)

O barulho cadenciado da máquina a vapor de tripla expansão adormecia-lhes os sentidos. O barulho e os tragos de aguardente que tinham embarcado discretamente em Buenos Aires, no estuário do Rio da Prata onde tinham recebido os sacos de milho, que enchiam os porões do cargueiro inglês.
A viagem começara com bom tempo, Janeiro era mês de Verão nos mares do sul e tinham apanhado uma verdadeira calmaria até à escala de reabastecimento na ilha do Sal, em Cabo Verde. Uma escala rápida, apenas vinte e quatro horas para encher as tulhas de carvão e os depósitos de água.
Já tinham deixado a Madeira para trás e passavam agora ao largo do Cabo de S. Vicente quando o barómetro começou a cair como uma pedra. O Capitão Jones resmungou uma praga e bateu com os nós dos dedos no mostrador redondo do aparelho, como que a certificar-se do seu bom funcionamento. A oeste, no horizonte, uma estreita faixa cinzenta reflectia sobre as águas azuis uma mancha baça que ia crescendo a cada hora que passava.
- Vamos apanhar borrasca na costa de Portugal, capitão? – pergunta o imediato Sullivan, um galês trigueiro, alto e magro que tinha de se curvar ao passar nas portas do navio.
- Parece que sim… Vá lá abaixo e diga ao chefe que dê o que puder na máquina… A ver se chegamos a Vigo sem levar muito…
Na sala da máquina o calor era infernal, os maquinistas de almotolia em punho lubrificavam bielas e chumaceiras, enquanto os fogueiros se afadigavam a alimentar a fornalha da caldeira. Ao escutar as novas ordens, o grego que superintendia a maquinaria encolheu os ombros e aumentou dois pontos à pressão da máquina, perante o olhar furibundo dos fogueiros que adivinharam um ritmo maior de trabalho. Um deles não se inibiu de escarrar e bater ostensivamente com um pé no chão metálico e fuliginoso como que a discordar da opção do chefe.
Durante a noite, empurrado pelo vento, o mar ia aumentando, tinha já vaga de quatro metros, nada que assustasse estes marinheiros confiantes na experiencia de muitas viagens, confiantes na robustez do “Antinous”, construído quinze anos antes nos estaleiros Thompson, R. de Southwick, na Inglaterra.
De manhã, o Capitão Jones tinha os olhos vermelhos da falta de descanso e dos inúmeros grogues feitos à base de aguardente argentina, bem melhor que a cachaça de cana brasileira.
Da máquina viera a informação que tinham de reduzir drasticamente o andamento porque uma válvula de retorno não funcionava convenientemente. Uma ladainha de pragas e mais um gole na caneca de alumínio foi a resposta eloquente do capitão, que deitou uma olhada ao mapa estendido sobre a mesa na salinha anexa à ponte de comando.
A meio da tarde a chuva que até aí se fizera sentir ligeira, aumentou de intensidade fustigando impiedosamente as chapas metálicas do “Antinous”. A visibilidade ficou reduzida a poucas dezenas de metros e um marinheiro foi guarnecer o sino de bronze que repicava a cada trinta segundos.
Os homens que não estavam de serviço deixavam-se ficar nos catres, acabrunhados com a tempestade que tanto elevava como afundava o navio nas ondas coroadas de alva espuma. As chapas rangiam e qualquer novato se atemorizaria com este som lugrebe. Mas não estes, que já tinham passado por muitas tempestades de meter medo. Apenas se aborreciam porque não conseguiam dormir com o balanço, com o barulho da máquina, da chuva e do sino, uma combinação infernal, mesmo para quem fazia do mar a sua casa.
O telegrafista entregou ao capitão uma mensagem proveniente do Comando Naval, a informar que as barras de Portugal estavam encerradas, excepto Lisboa e Setúbal. A mensagem terminava com a informação que o mau tempo se iria manter por mais vinte e quatro horas.
Amarrotou impaciente o bilhete e pensou que teria de seguir em frente até ao destino, abandonando em definitivo a ideia de se abrigar na barra do Douro, apesar do perigo que constituía a sua entrada com mar grosso.
- Vamos para as Rias… Merda de país, que nem um porto de abrigo tem…
Deixou-se cair exausto no seu cadeirão ainda com o aviso telegrafado na mão. O Imediato Sullivan pigarreou e quando o capitão levantou a cabeça disse-lhe:
- Porque é que não vai descansar uma ou duas horas, senhor? Eu fico aqui e se houver algum problema chamo-o…
- Não, Senhor Sullivan… é meu dever estar ao comando. Vou sentar-me aqui um bocado… isso basta-me. Envie um marinheiro à cozinha para me trazer alguma coisa de comer… e de beber.
As horas passaram, o mar continuava grosso e a chuva caía com abundância, como nunca se viu em terra firme. Entre períodos de modorra e espertina, o Capitão Jones manteve-se no cadeirão de comando instalado na ponte, mesmo ao lado da enorme roda do leme. A noite cerrou-se e um clarão fugaz adivinhava-se, mais do que se via, a leste, entre a cortina de chuva que nada fazia abrandar.
- Capitão… senhor – chamou o imediato – vê-se um clarão a estibordo… certamente um farol.
O Capitão Jones aguardou alguns minutos com a cabeça encostada ao vidro de uma janela lateral da ponte, com as mãos a fazerem uma concha junto aos olhos. Debruçou-se sobre o mapa e apontou para um ponto na costa portuguesa e correu o dedo até outro ponto. Abriu o compasso, mediu na escala, calculou mentalmente o tempo que demoraria a travessia e concluiu:
- Três horas… Daqui a três horas temos abrigo. Marinheiros, olhos bem abertos ao próximo farol… e quero o sineiro a tocar como um homem… parece um rabeta a fazer-lhe cócegas…
(continua)

Pérolas amargas (2ª parte)

O farol tornou-se visível mais cedo que as contas feitas pelo capitão, que atribuiu este desfasamento a um amainar do vento e da ondulação, com consequente aumento da velocidade do barco.
- Ilhas Cies à vista, rumo 075, máquina devagar à vante…
- Não se vê nada, senhor. Não seria melhor esperar pela manhã?
- Quantas vezes entrou no porto de Vigo, imediato?
- É a segunda vez…
- Pois eu já aqui entrei mais de vinte… mais de trinta vezes. Quando se atinge aquele farol, o das ilhas Cies, muda-se de rumo, cruzamos devagar e fundeamos aqui – bateu com dedo grosso sobre o mapa – e esperamos piloto para atracar. Menos máquina… menos máquina, pode estar outro barco aí à frente…
O cargueiro deu de bordo à luz bruxuleante do pequeno farol e avançou decidido a entrar nas águas remansosas da Ria de Vigo.
- Marinheiro, largue a sonda… só para verificar…
- Senhor capitão, só temos quatro braças…
- Você está bêbado… meça outra vez.
- A diminuir para três… vamos encalhar.
- Não pode ser… máquina à ré, toda a força – berra o capitão, branco como a cal.
- Máquina à ré… tudo à ré…
A máquina calou-se por instantes e logo se voltaram a ouvir as bielas e cambotas a empurradas violentamente pelo vapor que silvava nos escapes.
Outro barulho se começou a ouvir, primeiro parecia distante, surdo, como se alguém estivesse a arranhar uma chapa para os lados da proa. Em crescendo, o barulho era agora seguido do estremecer de toda a estrutura. Os homens pararam com o trabalho para melhor perceberem o que acontecia. Alguém gritou “encalhamos” e todos se atropelavam para subir ao convés.
- Mais máquina à ré – berrava o capitão.
Ninguém lhe fez caso, todos estavam mais preocupados com as condições do encalhe e o perigo que daí advinha do que nas tentativas desesperadas do capitão em safar o barco. Todos sabiam que um navio quando encalha não sai pelos próprios meios e mesmo com ajuda, raramente se salva.
O “Antinous” estava agora imóvel e da ponte podiam apreciar o mar que rebentava de ambos os bordos do navio. Tinham encalhado sobre um seco de areia, não tinham encontrado pedra, não se ouvira o barulho aterrador da chapa a ser retalhada pelos dentes de granito, o terror, o pesadelo de qualquer marinheiro.
Sentiam-se encurralados mas conscientes que não corriam perigo imediato. As vagas começavam agora a fustigar a popa do navio imóvel. A bombordo continuavam a ver a pequena luz do farol que o capitão Jones tinha tomado por as Ilhas Cies.
Da asa da ponte um dos marinheiros disparou um very light alaranjado que bailou agitado ao vendaval de sudoeste. Ao segundo foguete de sinalização pareceu-lhes ver uma barreira de areia baixa pela proa do vapor.
- Costa Galega não é - resmungou o capitão, que transpirava abundantemente apesar do frio que se fazia sentir.
- Estamos certamente na barra do Rio Lima…
- Não pode ser, senhor Sullivan. Aquele farol é o de uma ilhota, a Ínsua, à entrada do Rio Minho… à nossa frente temos uma praia… temos de esperar auxílio.
Pequenas lanternas bruxuleantes viam-se em movimento pela praia, certamente gente que se tinha apercebido do naufrágio e que, movidos pela curiosidade, tinham descido desde as suas casas, indiferentes à invernia.
Quando o dia clareou surgiu do estuário do rio uma velha canhoneira vomitando fumo pela alta chaminé, chapinhando as rodas laterais nas águas ainda agitadas da foz. Várias manobras de aproximação foram ensaiadas e outras tantas abortadas pelo perigo de um segundo naufrágio. Já a manhã estava avançada quando se avistou a sul um rolo de fumo que rapidamente se aproximou e fácil foi distinguir a silhueta baixa e forte de um rebocador saído a toda a máquina do porto de Viana.
O “Antinous” continuava bem preso no banco de areia, perdido no extenso areal da praia de Moledo a cerca de cento e cinquenta metros da linha de praia mar. Cabos foram lançados pelo rebocador, as manobras duraram toda a tarde e os resultados foram nulos. Ao cair da noite aproveitando um período de acalmia e a viragem da maré, um dos escaleres do navio foi areado e parte da tripulação remou vigorosamente até à praia onde foi recebida com manifestações de carinho pelos populares, que os presenteavam com abundantes porções de bagaço retemperador de frios e emoções.
Durante a noite, o “Antinous” abriu água à ré e de manhã o capitão deu ordem de embarque aos tripulantes que tinham ficado a bordo, depois de desligarem a máquina e ter arrecadado as papeladas do cofre. Desta vez não remaram para terra, mas ao encontro do “Rio Minho” a canhoneira da marinha, representante da autoridade no local, que abrigada pela penedia da Ínsua se mantinha vigilante.
Nessa noite o mar cresceu e na manhã seguinte as águas tingiram-se de amarelo quando o milho arrecadado nos porões rebentados se soltou e vogou ao sabor das correntes.
A Guarda-fiscal ainda tentou impedir o povo de carregar o milho que em vagas sucessivas salpicava a fina areia de Moledo. Em breve a mancha amarela invadia outras praias, Âncora, Afife e Montedor. Destas freguesias surgiam carros de bois e grupos de mulheres que, de cesto de vime à cabeça, gratavam as pérolas douradas que o mar oferecia.
O “Antinous” não mais saiu de Moledo. Foi-se enterrando na areia sempre em movimento no canal entre a ilha da Ínsua e o Bico da Ruiva. Enterrou-se até ficar apenas com a chaminé fora da mortalha arenosa. Onde outrora saía fumo, passaram a viver mexilhões, indiferentes ao passado metálico do alojamento.
Os náufragos foram repatriados e poucas semanas depois já navegavam em outros navios, em outros mares, com mais uma história para contar aos novos camaradas.
O povo que diligentemente tinha recolhido tantas arrobas de milho, amaldiçoou a hora em que tinham encetado tão árdua tarefa, pois o milho grelou e apodreceu depois do contacto prolongado com a água do mar.
Hoje em dia a chaminé do “Antinous” continua erguida, despontando na areia durante a baixa-mar, testemunha solitária e silenciosa, respeitada por pescadores e outros navegantes que se esforçam todos os dias por não errarem o rumo.

Fim

Bciicletando ou Pedalando

De Troia a Sagres de bicicleta

Fim de semana sozinho em Lisboa, cansado da rotina do trabalho, excelente tempo de sol  e algum frio. Ingredientes perfeitos para uma aventura espontânea. Sair bem cedo de Lisboa montado na minha bicicleta e pedalar para sul, até ao Algarve, sozinho!

Porto Covo

Inspirado pela fantástica viagem de uns amigos escaladores, que fizeram Sines -> Sagres pela costa alentejana no ano passado, tentei repetir a aventura, mas partindo de Troia, depois de uma curta viagem de comboio até Setúbal e de atravessar no ferry boat para a península.

Ilha do Pessegueiro

Os primeiros 70Km foram apenas de ligação, sendo que a primeira verdadeira etapa começou em Sines, numa fantástica estrada costeira até Porto Covo, onde almocei um belo bife da vazia. De barriga cheia atravessei a praia e fui dormir uma bela sesta em frente à Ilha do Pessegueiro.

Estrada costeira, a partir do Forte do Pessegueiro

A segunda etapa ligava Porto Covo a Vila Nova de Mil Fontes. Antevia-se uma excelente e estética etapa, junto ao mar, por belos estradões de terra, mas que logo se transformaram em areia e numa etapa muito dura. Ora pedalar, ora empurrar, ora andar... foram mais de 15Km nisto!

Cansado de empurrar a bicicleta por caminhos com muita areia!

Finalmente chego a Vila Nova de Mil Fontes onde por enorme coincidência encontro um CouchSurfer com quem tinha trocado umas mensagens no dia anterior enquanto procurava dormida! Ele ia de carro com outras CouchSurfers em direcção a uma das praias quando me reconheceu. Grande coincidência!

Cabo Sardão

A paragem foi rápida, para um pequeno lanche e comecei logo a terceira etapa, mais uma ligação por estrada até ao Cabo Sardão, com uma pequena paragem em Almograve para pedir indicações a dois alentejanos que bebiam cerveja num café. Por sorte um deles fazia BTT e deu-me mais algumas indicações que me levaram a um dos melhores troços de toda a viagem!

Cabo Sardão - Zambujeira

Uma fantástica estrada de terra batida, com pouca areia mas alguma lama, sempre junto ao mar, mas por falésias. Lá em baixo o mar bravo. Cá em cima um final de tarde fresco com sol poente. Foram provavelmente os melhores momentos da viagem!

Falésias entre o Cabo Sardão e a Zambujeira

Depois de me perder um pouco para descobrir a passagem por um pequeno ribeiro, lá percorro os derradeiros quilómetros até à Zambujeira, onde iria pernoitar, mais de 130Km depois, mas não sem antes me atirar ao mar!


Banho de mar na Zambujeira, em Fevereiro, num fim de tarde fresquinho

Haviam turistas a tirarem-me fotos do cimo da falésia. Devia parecer um maluco a banhar-me em cuecas no lusco fusco de uma tarde de Inverno. Mas soube bem, foi revitalizador. Procurei um sítio para jantar, comi uma sopa quente e fui dar uma volta. Ai, ai, ai.. que dores nas pernas! 

O plano inicial era dormir na praia, para isso estava a carregar um saco-cama às costas. Mas o orvalho que  já tinha tudo molhado pelas 21h, aliado ao cansaço da viagem e ao que ainda teria de percorrer no dia seguinte, levaram-me a ceder ao conforto de uma pensão bem negociada para uma noite rápida bem dormida.

Muita areia e água à saída da Zambujeira

Levantei-me cedo para a primeira etapa do dia, onde tentei forçar caminhos mais costeiros, mas logo me deparei com muita areia e poças intransponíveis. O meu objectivo de chegar a Sagres levou-me de volta à estrada nacional e aí dei corda aos sapatos, isto é, pedalei costa abaixo!

Pelos campos verdejantes da costa alentejana

Pedalei a manhã toda por estrada nacional. Grandes descidas até Odeceixe, seguidas por uma grande subida até Aljezur. Viragem à direita para Vila do Bispo onde bem junto à Serra de Monchique com os seus altos e baixos lá para a zona da Carrapateira. Já no planalto "final", com Vila do Bispo ao longe, nova viragem à direita para voltar às falésias e às paisagens marítimas.

Vila do Bispo - Sagres

Estes 10Km entre Vila do Bispo e Sagres, em estrada durinha de terra avermelhada e molhada, com vento muito forte mas pelas costas, foram feitos a alta velocidade. A par do troço Cabo Sardão - Zambujeira, um dos melhores momentos de toda a viagem, com o prémio de chegar ao ponto mais Sudoeste da Europa, vindo de Lisboa, montado na minha bicicleta. E que bem que soube!

Eu, a bicicleta e o Cabo de S. Vicente!

Missão cumprida. Agora restava voltar para casa, de comboio. Primeiro teria de pedalar mais de 30Km, contra o vento até Lagos. Sem dúvida a pior parte da viagem. Como o objectivo era Sagres e já estava cumprido, decidi pedir boleia, sem nenhum sucesso. Até que um motorista de shuttle bus entre o aeroporto e hotéis da região estava com bastante tempo livre e decide levar-me mesmo até à estação. As coisas estavam a correr bem!

Peço o bilhete de comboio que me levaria de volta a Lisboa e sou informado da greve da CP. "De comboio não vai para Lisboa hoje, só se o for apanhar a Tunes daqui a 2h, que fica a 50Km". Ora bolas, que insólito. Vim eu de Lisboa até aqui e agora não tenho transporte de volta.

Autocarro, têm de haver autocarros! Pois, mas não transportam bicicletas. Encontro outros aventureiros na mesma situação que eu e lá tivemos de nos desenrascar. Com sacos, cartões e muita fita cola, lá "escondemos" as nossas bicicletas na mala do autocarro, um truque muito tuga para contornar o sistema.

PENAFIEL

CASA DE LOUREDO




José Júlio Nogueira da Mota Barbosa nasceu a 1 de Setembro de 1883 na casa de Louredo em Penafiel e foi baptizado no dia 14 desse mesmo mês, na Igreja dos Capuchos. Era filho de Simão Júlio de Almeida Mota Barbosa e de Emiliana de Vasconcelos Nogueira da Mota Barbosa, sobrinho pelo lado materno do Conde de Torres Novas e pelo lado paterno do Conde de Carvalhido.
Após frequentar o liceu, matriculou-se no Colégio do Espírito santo em Braga e mais tarde no Almeida Garrett no Porto.
José Júlio foi casado com a sua prima Lisboeta Alda Maria Bento Nogueira, mas a 13 de Março de 1935 divorciou-se, não deixando descendentes.
Foi Vice-Cônsul de Espanha em Penafiel, comandante dos Bombeiros, Inspector dos Serviços de Incêndios, Presidente da junta de Turismo das Águas de Entre-os-Rios, Secretário da redacção do jornal “O Tempo” e colaborador dos jornais “O Penafidelense”, “O Comércio de Penafiel”, “O Povo de Penafiel” e “Portugal Económico, Monumental e Artístico”.
Em termos de publicações feitas por José Júlio, destacam-se os “Seis Sonetos”, folheto com seis poemas impresso em 1918; “Caras e Caretas”, brochura que realizou com a colaboração com Ernesto de Melo em 1933 com sonetos alusivos a várias personalidades de Penafiel; e uma separata do Relatório da Câmara Municipal designado por “Guia Turístico da Cidade e Concelho de Penafiel” em 1942.
É também autor da letra do hino da Cidade, bem como do Hino do Orfeão.
Como poeta, José Júlio viveu numa época de transição entre o romantismo e o aparecimento das novas correntes literárias como o Simbolismo e o Modernismo.
José Júlio quando morreu deixou em testamento de 22 de Abril de 1942 que a sua herdeira seria Elvira Fernandes Matos, natural de Castelo de Paiva, mas doava todo o seu espólio documental e colecção de desenhos à Biblioteca Municipal de Penafiel.
Na comemoração do centenário do seu nascimento, para além da publicação de uma colectânea de poemas da sua autoria a que se deu o nome de “Os Tristes”, realizou-se uma conferência, declamação de poesia e desterrou-se uma lápide junto à entrada da Casa de Louredo onde o Poeta tinha nascido.
José Júlio notabilizou-se como um homem interveniente da sociedade Penafidelense, empenhando-se tanto em termos culturais como sociais. Este autor gostava da vida boémia, como o comprova um dos seus pseudónimos: David Airada. Assinava também como Mário Moreno.
A Avenida com o seu nome situa-se entre a Avenida Egas Moniz e a Rua da Saudade.
A Cache: Vão procurar um pequeno container com log book e stashnote. Levem algo com que escrever

MAIORCA Vá lá

Uma excelente alternativa ao rítmo boémio pelo qual Maiorca é conhecida. Fica a esperança de voltar um dia, com mais disponibilidade para o psicobloc e para a montanha!

ESCALADAS

Hoya Moros

Escalar em Hoya Moros é fantástico!
Va sempre bem aconchegadinhos.

Chegada a Hoya Moros

Hoya Moros é um sítio lindíssimo, num circo cheio de enormes calhaus que fica a cerca de 2h a pé desde os carros. São 2h a caminhar montanha acima, com os enormes crash pads às costas, mais mochila e aprovisionamento para o fim-de-semana. Mas é uma subida que vale bem a pena!

No topo da subida, depois do prado principal

Chegados ao topo, a primeira coisa que fizemos foi logo tomar uma banhoca, aproveitando o calor, pois não teriamos coragem nem oportunidade de o fazer nos dias seguintes, dada a temperatura imprópria da água!

A luz, a paisagem - e o(s) fotografos, claro - eram perfeitas para apanhar alguns bons momentos de saltos!

Foi uma aterragem "dolorosa" (foto de Rui Pereira)


Eu, a posar para o salto! (foto de Rui Pereira)

Mesmo ao final da tarde era possível sacar umas fotos bem interessantes, ou não fossem 3 dos escaladores fotografos (quase) profissionais. Foi um prazer poder escalar assim, posar para fotos e poder trazer recordações tão boas como estas!

Belo bloco "morfológico" (foto de Ricardo Alves)

Escalando no fim de tarde (foto de Rui Pereira)

Um 7A que me deu bastante luta! (foto de Ricardo Alves)

BICICLETAS AVENTURAS

Bicicleta da Trafaria a Setúbal (take 1)

Idêntico ao impulso de ir a Sagres de bicicleta, decidi fazer a "pequena" etapa que me faltava para unir Lisboa ao Algarve de bicicleta: atravessar de barco para a Trafaria e seguir pela Costa da Caparica, Fonte da Telha, Lagoa da Albufeira, Meco, Espichel, Sesimbra, Portinho da Arrábida e finalmente Setúbal. Enganei convenci a Isabel a juntar-se a mim nesta "fácil" etapa.

Paredão da Costa da Caparica, bem cedo pela manhã
Saímos bem cedo de casa para apanhar o barco em Belém e seguimos pelo paredão da Costa da Caparica. Depois de uns Km em estrada, viramos à direita e fizemos um belíssimo estradão até à Fonte da Telha.


Estradão da Costa da Caparica para a Fonte da Telha








Até aqui o percurso estava a surpreender-nos imenso e todos entusiasmados continuamos a "arriscar" junto ao mar.

A areia a tomar conta do nosso caminho

Em pouco tempo ficamos "apeados". Tivemos de empurrar as bicicletas pela areia até à Lagoa da Albufeira e desenganem-se porque não é brincadeira para menos de 2h...

 Empurrando bicicletas pela areia

Pelo menos a paisagem era fantástica! Só foi pena não estar calor para ir dar um mergulho... ou talvez não. Se já assim custou imenso atravessar o areal, o que seria com calor!

A verdade é que este pequeno troço nos deixou estafados e pedalamos para Espichel por estrada, evitando mais aventuras. Esperavam-nos umas "lamejinhas" na tasca do Sr. Fortunato que nos revigoraram o estômago, mas também a alma... mas não por muito tempo.

Passagem fugaz pelo Cabo Espichel

Depois de uma ida "inútil" ao farol do Cabo Espichel, rumamos a Setúbal naquilo que seria uma longa tarde. A Isabel começou a sentir o cansaço e depois de uma atribulada descida até Sesimbra, descobrimos que teríamos de voltar a subir monte acima se quiséssemos sair dali. Dado o avançar da hora e os 35Km que ainda nos separavam de Setúbal, decidimos abortar a viagem e regressar de autocarro "urbano" para Lisboa.

Desta vez as bicicletas couberam na mala!

Chegados a Lisboa ainda arranjei forças para um "passeio" de duas horas por Monsanto, mas o desejo de voltar a tentar ligar Lisboa a Setúbal ficou bem marcado... tão marcado que logo no fim-de-semana seguinte voltaria a tentar