A bossa nova é o termo pelo qual ficou conhecido um movimento de renovação do samba irradiado a partir da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro no final da década de 1950 e que, por conseguinte, passou a dar nome ao estilo de interpretação e acompanhamento rítmico dele surgido, que ficou conhecido como “batida diferente”.
De acordo com o musicólogo Gilberto Mendes, a vertente era uma das “três fases rítmicas do samba”, na qual a "batida" da bossa havia sido extraída a partir do "samba de raiz". Segundo o jornalista Ruy Castro, era “uma simplificação extrema da batida da escola de samba”, como se dela tivessem sido retirados todos os instrumentos e conservado apenas o tamborim.
O marco inicial da Bossa nova é o samba "Chega de Saudade" (de autoria de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), lançado originalmente por Elizeth Cardoso em 1958 e, pouco depois, por João Gilberto, que tocou violão em ambas as gravações. Paralelamente a isso, o pianista e vocalista Johnny Alf, desde a gravação de “Rapaz de bem”, canção marcada pela influência do jazz, também se tornava um dos pioneiros da renovação do samba naquele momento.
Em 1959, com o LP "Chega de Saudade", Gilberto consolidaria esse novo estilo de tocar que alterava as harmonias com a introdução de acordes não convencionais — como antes já realizavam violonistas como Garoto, Vadico, Oscar Bellandi, entre outros — e uma sincopação do samba inovadora a partir de uma divisão única realizada sobre sambas tradicionais como “Rosa morena” (de Dorival Caymmi), “Morena boca de ouro”, de Ary Barroso, “Aos pés da cruz” (de Marino Pinto e Zé da Zilda) e “É luxo só” (de Ary Barroso e Luís Peixoto).
A partir e em torno de João Gilberto, um grupo de músicos, quase todos oriundos de classe média e com formação universitária, ajudaria a transformar as experiências formais do violonista baiano.
O jeito suave de cantar foi influenciado pelo jazzista Chet Baker.
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