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Apostila de Sociologia 9ano página 4

2.5. AS CORRENTES SOCIOLÓGICAS
A existência de interesses opostos na sociedade capitalista penetrou e
invadiu a formação da sociologia, impedindo um entendimento comum por parte dos pensadores, por isso, a sociologia se dividiu ideologicamente entre a
conservação e a transformação do status quo, dando margem ao nascimento de
diferentes tradições sociológicas (correntes sociológicas) que representam as
diferentes tendências ideológicas de compreensão e explicação da sociedade
capitalista. Assim, temos as primeiras teorias sobre as transformações
provocadas pelo capitalismo:
Profetas do passado – representados pelos pensadores Edmund Burk
(1729-1797), Joseph de Maistre (1753-1821) e Louis de Bonald (1754-1840).
Estes eram conservadores e tradicionalistas, tinham um pensamento reacionário:
condenavam o iluminismo e a revolução francesa, culpavam pelo caos social,
desorganização da família, da religião, das corporações. Estes ideólogos eram
apaixonados pelo equilíbrio das instituições religiosas, monárquicas e
aristocráticas da época feudal. Por isso, defendiam a ordem e o equilíbrio da
sociedade, preocuparam-se com o controle, integração, posição, hierarquias
sociais e também com os rituais da sociedade.
Socialismo utópico (ou romântico) – representados por Saint-Simon
(1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865),
Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Estes eram
transformadores, mas românticos, pois acreditavam que os ricos capitalistas
voluntariamente abririam mão de suas riquezas partilhando com os pobres;
apelavam para a natureza boa do ser humano que foi pervertida pelo sistema
capitalista. Eram utópicos porque criticavam o capitalismo e anunciavam os
princípios de uma sociedade futura ideal, mas sem indicar os meios para torná-la
real.
Positivismo – O positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a
uma sociologia conservadora e afirmadora da sociedade capitalista.
Representado por Augusto Comte (1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917).
Estes se dedicaram em buscar a estabilidade social, preocuparam-se com os
problemas da manutenção da ordem capitalista, queriam estabelecer o bom
funcionamento desta sociedade, pretendiam solucionar os problemas sociais
através da coerção física e da educação moral, esta seria a função da sociologia
enquanto ciência positiva.
Socialismo científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic
Engels (1820-1895). As idéias marxianas eram de base estritamente econômica,
assim, todas as questões sociais tinham origem na desigualdade econômica entre
as classes proprietárias e as não proprietárias dos meios de produção. Por isso, pretendiam realizar mudanças radicais nesta sociedade através de uma revolução
socialista do proletariado, introduzindo a sociedade comunista como uma
sociedade justa e igualitária. Essa perspectiva despertou um pensamento
sociológico crítico e negador da sociedade capitalista.
Funcionalismo – representa uma teoria reprodutora e conservadora da
sociedade capitalista. O principal representante do funcionalismo é Emile
Durkheim (1858-1917), este pensador estabelece uma analogia entre a sociedade
e o organismo biológico humano. Assim a sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde cada instituição ou pessoa faz parte de relações
funcionais, fazendo uma organização social de dependência e
complementaridade das atividades sociais, assim a sociedade é um todo
organizado e harmônico.
Marxismo – corresponde às várias interpretações e continuação
complementares das teorias de Karl Marx e Engels. Entre seus principais
representantes podemos destacar: Lênin (1870-1924), Rosa Luxemburgo (1871-
1919), Gramsci (1891-1937) e outros. Baseado no socialismo científico e nas
novas conjunturas e contexto em que viviam, estes pensadores desenvolveram
novas perspectivas teóricas e práticas, implementando assim o socialismo real,
diferente do socialismo ideal (proposto por Marx).
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são
George Homans Cooley (1846-1929), Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton
(1910). Estes foram influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do francês
Durkheim, do polonês Malinowski (1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto
(1848-1923). Assim a sociologia chegou aos E.U.A, através da escola de Chicago
que desenvolveu a investigação de campo, de dados empíricos neutros e
objetivos, com procedimentos quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos
métodos ecológicos e etnográficos; desvinculando-se da realidade concreta de
sua época, construíram vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se a
casos isolados e irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e
outros momentos. A sociologia norte-americana pretendia neutralizar os ideais e
teorias do socialismo marxista, entretanto, também romperam com o estilo dos
clássicos que se dedicaram a uma significação histórica como a formação do
capitalismo e a totalidade da vida social.
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de
Pesquisa Social, seus principais representantes são: Max Horkheimer (1895-
1973), Walter Benjamin (1892-1940), Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert
Marcuse (1898-1979) e Jurgem Habermas (1929). Sua filosofia também é
conhecida como Teoria crítica. Os frankfurtianos criticam a dominação da
natureza para fins lucrativos colocando a ciência e a técnica a serviço do capital.
Os frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica
e a serviço da emancipação humana. Esses pensadores reutilizam o conceito de
iluminismo em sentido mais amplo – um pensador iluminista sempre combate as
supertições, o arbítrio do poder e defende o pluralismo e a tolerância.


4ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – O que são correntes sociológicas?
b) – Por que existem diferentes correntes sociológicas?
c) – Diferencie as idéias dos Profetas do Passado do Positivismo?
d) – Diferencie o Socialismo Utópico do Socialismo Científico.
e) – Diferencie o Marxismo de Funcionalismo.
f) – Diferencie as idéias propostas na Escola de Chicago da Escola de Frankfurt.


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